GABINETE_Espaço BB – Cassino Atlântico – RJ

Abertura “Abre Alas” Exposição Solo da artista do Coletivo BB @izavalente_arte foi um acontecimento.
 
Abriu o Carnaval do Rio de Janeiro no @cassinoatlanticoshopping
Roda de Samba com @pedro.holanda.oficial ; @robertanistraoficial mais convidados.
 
A Exposição recebeu a visita ilustre do Samba @haroldocostaoficial que passeou entre as telas identificando as referências e signos que permanecem em nossas memórias da origem e evolução da maior Festa do Planeta _ Carnaval Carioca.
 
A Exposição vai até dia 4/5
 
GABINETE/Espaço BB _ Shopping Cassino Atlântico sala 311 _ Av. Atlântica 4240 – Copacabana Posto 6 – Rio de Janeiro * Segunda a sexta das 14 às 19 horas
Contato: WhatsApp +55 21 985347436
Curadoria Marcia Marschhausen

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Abertura da Exposição Solo da artista do Coletivo BB @izavalente_arte no GABINETE @cassinoatlanticoshopping
ABRE-ALAS
(Festa profana em tempo sagrado – ou exatamente o oposto?)
A mão do homem, no ano (da graça?) de 2022, num país em profunda crise de identidade,
em que é impossível imaginar o que pode acontecer amanhã, resolveu proibir os festejos
de carnaval nas datas tradicionais e transferi-los para a Quarentena.
Eis que a sensível e talentosa IZA VALENTE, arquiteta e artista visual, apaixonada e
estudiosa dos signos e símbolos dessa festa dita profana pelos olhos da crença judaico-
cristã, pontua as raízes sagradas originárias das religiões dos escravizados e seus
descendentes, responsáveis pela magnitude que os desfiles carnavalescos adquiriram no
correr dos tempos.
Nas religiões africanas que lhe deram origem, a importância da percussão foi traduzida
com perfeição no texto do poeta moçambicano: “…em África os deuses dançam… Na
verdade, se não nos deixassem tocar os batuques, nós, os pretos, faríamos do corpo um
tambor.” (*)
Dos grupos mais numerosos chegados ao Brasil, três tambores tem igual importância: rum,
rumpi e lé, para os povos iorubás, ou jeje-nagôs, oriundos do antigo Daomé, hoje Nigéria,
responsáveis pela magnitude do candomblé da Bahia. E, nos mesmos tamanhos e funções,
o caxambu, o angomapita e o candongueiro, para os povos bantos, ou angola-conguenses,
translados de suas nações para dar conta, principalmente, da cultura do café, em São Paulo
e no Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, de onde chegaram até a capital, trazendo o jongo
rural e depois o samba. Assim transformaram nossa vida em festa.
Hoje, há escolas de samba em quase todos os continentes, com menos agremiações mas
com igual paixão. Assim, podemos afirmar que os tambores sagrados de povos de nações
africanas, considerados profanos por uma cultura que os desconhecia, estão “colonizando”
a cultura da alegria do mundo.
Das festas das da Grécia e de Roma, em homenagem a Dionísio/Baco, até chegar ao Brasil,
com o Entrudo português, depois os cordões, blocos, ranchos, até chegar as escolas de
samba, oficializadas em 1935, o Carnaval agrega uma série de influências e modificações.
Parte sensível de tudo isso – e não só – é apresentada, com enorme sutileza, nos quadros
que vocês estão convidados a fruir, desde a reverência aos mais antigos responsáveis pela
origem e evolução da festa: os tambores; os blocos; o bate-bola; o estruturador das escolas
de samba, Paulo da Portela; os signos que permanecem em nossas memórias; e até o
carnaval que não houve.
(*)Mia Couto
Marília Trindade Barboza
(biógrafa dos criadores do carnaval do Rio de Janeiro)